GALERIA MONTEIRO - Arte sem restrições

arte

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Ainda é um desejo, mas o Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo quer trazer para o Brasil as cinco peças que a escultora Maria Martins (1894-1978) exibiu em 1943 na exposição Amazonia, em Nova York. “Com essas obras, que estão nos EUA, ela ficou conhecida pelos surrealistas”, diz o curador do museu, Felipe Chaimovich, adiantando um dos destaques da programação da instituição em 2013, a realização de uma retrospectiva de Maria Martins prevista para ocorrer entre julho e setembro. 

Homenageada, este ano, na última Documenta 13 de Kassel, a escultora brasileira colocou nas peças de Amazonia, questões de “angústia”, “tentação”, “felicidade” e “calma”, como descreveu, na época, o poeta André Breton. Um ano mais tarde, Maria criou uma de suas mais belas esculturas, O Impossível, obra que remete à extrema tensão entre duas figuras, um casal, numa referência ao caso amoroso com o artista Marcel Duchamp. Ela seria, segundo Chaimovich, criadora de um ramo de artistas modernos “problemáticos”, tal qual Flávio de Carvalho e Oswaldo Goeldi, ambos já objeto de reflexão em grandes e recentes individuais no MAM. Diz ainda o curador do museu que a curadoria da retrospectiva de Maria Martins será realizada pela escritora e crítica de arte Veronica Stigger.

Já em outubro, o MAM vai inaugurar seu 33.º Panorama da Arte Brasileira, a tradicional mostra bienal do museu, desta vez sob curadoria de Lisette Lagnado. O mote da exposição seria, como diz Chaimovich, “a relação de arquitetura museológica e arte contemporânea”, com abertura para ensejos “utópicos” como parte do projeto. Duplas formadas por arquitetos e artistas produzirão obras para este “Panorama reflexivo”, talvez um pouco conceitual. Para Chaimovich, arquitetura é um tema brasileiro, diretamente ligada ao “projeto de vanguarda” no Brasil e fundamental para a arte que vem dos anos 1960 até hoje. O curador explica ainda que a proposta do 33.º Panorama não é a de sugerir aos participantes que criem projetos para o que pudesse ser um novo prédio do MAM. “O museu não está pretendendo uma nova sede. Estamos fortalecendo cada vez mais a relação do MAM com o Parque do Ibirapuera.”

A linha da arte moderna, com a retrospectiva de Maria Martins, e a realização do mais tradicional Panorama da Arte Brasileira juntam-se à outra diretriz curatorial do museu, a apresentação de obras de seu acervo nas primeiras mostras que abrem o calendário da instituição. Em 2013, a exposição Circuitos Cruzados, prevista para ocorrer entre janeiro e março, colocará em diálogo obras dos acervos do MAM e do Centro Georges Pompidou de Paris. Mostra de cunho “político”, com destaque para videoinstalações - entre elas, de Bruce Nauman e Nam June Paik -, e que tem um dos temas a questão da vigilância, foi concebida por Paula Alzugaray e Christine Van Assche. Outra exposição coletiva, marcada para julho, é Mitologias - Arte Contemporânea Jovem, projeto da curadora Kiki Mazzuccheli.

Das grandes individuais, vale citar a realização simultânea, entre abril e junho, da mostra de Alex Vallauri, com curadoria de João Spinelli, e a exibição de fotografias que o americano Christopher Makos fez do artista pop Andy Warhol travestido.

CRONOGRAMA

Circuitos Cruzados

Entre 22 de janeiro e 31 de março, mostra com obras dos acervos do MAM e do Pompidou.

Vallauri e Lady Warhol

“Âncora” histórica do grafite em São Paulo, o artista, morto em 1987, é tema de individual entre 16 de abril e 23 de junho. No mesmo período, o fotógrafo Christopher Makos exibe retratos que realizou de Andy Warhol travestido, mostra itinerante produzida pela espanhola La Fabrica.

Maria Martins

Retrospectiva da escultora brasileira, homenageada na Documenta 13, está prevista para 9 de julho a 15 de setembro.

Panorama do MAM

A 33ª edição da mostra bienal, com curadoria de Lisette Lagnado, promoverá a relação entre arquitetura de espaços museológicos e arte contemporânea entre 5 de outubro a 15 de dezembro.

A Casa de Ensaio está com inscrições abertas para crianças e adolescentes de 8 a 12 anos que queiram concorrer a uma bolsa de estudos do curso gratuito “Brincaturas & Teatrices” em 2013, em Campo Grande. O curso tem duração de cinco anos consecutivos e é composto por oficinas artísticas. Entre elas, jogos, performances, improvisações, espetáculos teatrais, dança, música, cinema, artes e poesia.

Segundo a entidade, o objetivo é sensibilizar crianças e jovens e difundir conhecimentos e práticas educativas e sociais, com ênfase na cultura da infância e brasileira.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Uma Boa Dica

Quer ver Arte vá de metro




Há 35 anos, o Metrô começou a exibir obras de arte em suas estações – hoje, há quase cem pinturas e esculturas em exposição permanente, à disposição dos milhares de olhos que diariamente utilizam esse sistema de transporte público.
As três primeiras obras a serem expostas pela companhia foram as esculturas Garatuja, de Marcelo Nitsche; uma sem título, de Alfredo Ceschiatti; e um mural de Renina Katz, também sem nome. Permanecem até hoje na movimentada Estação Sé.
De 1978 para cá, o crescimento desse importante acervo – batizado de Projeto Arte no Metrô – ganhou nomes célebres, como Tomie Ohtake (na foto acima, painel dela na na Estação Consolação), Wesley Duke Lee, Claudio Tozzi, Aldemir Martins e muitos outros expoentes da arte contemporânea brasileira.
O catálogo completo das obras do Metrô já podia ser visto neste site. Desde o mês passado, um guia impresso distribuído gratuitamente nas estações da companhia também traz a relação do acervo artístico da companhia.
Publicado originalmente na edição impressa do Estadão, coluna ‘Paulistices’, dia 25 de fevereiro de 2013

http://blogs.estadao.com.br/edison-veiga/2013/02/25/quer-ver-arte-va-de-metro/